18/07/2013 / Fonte: R7
Incendiar carro é uma das formas mais usadas para dar golpe em seguradoras, diz entidade
A forma usada pelo analista financeiro Marcelo Gonçalves da Silva, de
41 anos, em São Paulo, para tentar receber o seguro do carro dele está
entre os golpes mais comuns aplicados em todo o País, de acordo com a
CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência
Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização). Silva ateou fogo no
carro e simulou um assalto. Esse tipo de fraude pode ser facilmente
identificada, de acordo com Marco Barros, superintendente da central de
serviços e proteção ao seguro da entidade.
Criminosos também forjam roubos, furtos e batidas com perda total dos
veículo para tentar receber o valor das indenizações, de acordo com a
CNseg. O último levantamento de sinistros da instituição é de 2011.
Naquele ano, do total de prêmios, 1,4% – cerca de R$ 200 milhões – não
foi pago porque as seguradoras identificaram algum tipo de fraude.
A expectativa de Barros para o ano de 2012 é que haja queda em
relação ao ano anterior. Segundo ele, a entidade tem recomendado às
empresas de seguros troquem informações entre si.
O que a gente vem incentivando muito as seguradoras é para que
compartilhem seus dados, suas inteligências para detectar sinistros
irregulares ou que não são comuns, informatizem-se através de
instrumentos específicos como câmeras, também incentivamos aumento da
produtividade, da experiência e do conhecimento dos analistas de
sinistros.
Analista queimado
A polícia de São Paulo divulgou na quarta-feira (17) que Marcelo
Gonçalves da Silva forjou um assalto para receber o dinheiro do seguro
do carro. Ele chegou a ter parte do corpo queimado. Na noite dos fatos, 7
de junho, o homem disse aos policiais que tinha sido abordado por
criminosos na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini e obrigado a ficar
no banco de trás, enquanto um dos bandidos jogava um líquido inflamável
nele. O homem acendeu um isqueiro e o analista pulou do veículo em
chamas.
A caminhonete de Silva foi encontrada queimada, próximo ao local onde
ele disse ter sido resgatado por um taxista. O analista ficou internado
em um hospital da zona oeste por alguns dias. Na delegacia, o homem
chorou e confessou o crime. Ele disse que tentou suicídio, mas saiu do
carro assim que o fogo começou a se alastrar.
Os investigadores também descobriram que no mesmo dia do suposto
assalto, o analista havia levado o seu veículo até uma loja de som
automotivo para retirar todo o equipamento multimídia que possuía. Silva
foi indiciado por estelionato por fraude para recebimento de
indenização ou valor de seguro e o caso será remetido à Justiça.
Outro caso
Também em São Paulo, no bairro do Capão Redondo, em setembro do ano
passado, um homem insatisfeito com o baixo valor de mercado do carro do
pai resolveu, junto com a namorada, simular um sequestro-relâmpago e
atear fogo no automóvel. No entanto, algo deu errado e ele acabou se
queimando. A história foi descoberta algum tempo depois e o casal também
foi indiciado por falsa comunicação de crime, incêndio criminoso e
estelionato. Eles respondem em liberdade.
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